1 SUPLEMENTOS PROTEICOS À BASE DO SORO DE LEITE ASSOCIADOS NA HIPERTROFIA MUSCULAR: uma revisão. WHEY-BASED PROTEIN SUPPLEMENTS ASSOCIATED WITH MUSCLE HYPERTROPHY: a review. Helaine Keyla da Silva Santos ¹ Ianca Karolayne Texeira de Lira ¹ Rodrigo Albert Baracho Rüegg ² RESUMO Suplementos nutricionais estão sendo muito utilizados por atletas e praticantes de atividade física. O forte apelo do marketing populariza estes produtos, e leva milhares de atletas e praticantes de atividade física ao uso indevido, como quantidade de tempo inapropriado. Ainda, observa-se uma diversidade na formação profissional dentre as pessoas que uso de suplementos nutricionais. Estudos recentes apontam que as principais fontes de prescrição seriam os treinadores e/ou educadores físicos, seguidos de vendedores de loja e amigos. Médicos e nutricionistas, que seriam os profissionais habilitados para tal indicação, não são as principais fontes de prescrição. O objetivo é pesquisar sobre suplementos proteicos a base do soro do leite que se associem na hipertrofia muscular, com base nesses estudos transparecer resultados destas que o uso de suplementação e uma alimentação saudável necessita andar lado a lado para obter mais resultados e o uso de suplementação sendo feita de forma adequada para não haver nenhum dano à saúde. A metodologia utilizada refere-se a uma pesquisa de revisão bibliográfica e para a realização deste estudo foram consultadas as bases de dados no Scielo, Google acadêmico, PubMed, analisados e selecionado entre os anos de 2007 a 2022. Foram considerados vários estudos relacionados a suplementação proteica a base do leite e hipertrofia muscular, preferencialmente nos idiomas em português e inglês, foram excluídos estudos que não relacionasse a outro tipo de suplemento e idioma não citado. Palavras-chave: Suplementos. Hipertrofia. Proteico. ABSTRACT Nutritional supplements are being widely used by athletes and physical activity practitioners. The strong marketing appeal popularizes these products, and leads thousands of athletes and practitioners of physical activity to misuse, as an inappropriate amount of time. Still, there is a diversity in professional training among people who use nutritional supplements. Recent studies indicate that the main sources of prescription would be coaches and/or physical educators, followed by store salespeople and friends. Doctors and nutritionists, who would be the professionals qualified for such an indication, arex not the main sources of prescription. The objective is to research on whey-based protein supplements that are associated with muscle hypertrophy, based on these studies, the results show that the use of supplementation 2 and a healthy diet needs to go hand in hand to obtain more results and the use of supplementation. being done properly so that there is no harm to health. The methodology used refers to a literature review research and to carry out this study the databases on Scielo, Google academic, PubMed were consulted, analyzed and selected between the years 2007 to 2022. Several studies related to supplementation were considered. milk-based protein and muscle hypertrophy, preferably in Portuguese and English, studies that did not relate to another type of supplement and non-cited language were excluded. Keywords: Supplements. Hypertrophy. protein. 1. INTRODUÇÃO Suplementos nutricionais estão sendo muito utilizados por atletas e praticantes de atividade física. Estima-se que do uso destes produtos em atletas ficam entre 40% e 80% da população, o gênero masculino utiliza esses tipos de suplementação com o intuito de aumentar a força muscular e agilidade nos esportes, pesquisas apontam que o uso de suplementos entre a população não atleta também é expressiva, principalmente entre o público praticante de exercício físico muscular. (RODRIGUES, 2017). Para aprimorar as adaptações do treinamento físico, buscam-se, além de uma dieta adequada, recursos ergogênicos, que possam, direta e/ou indiretamente, maximizar o desempenho físico, por meio da produção e eficiência da utilização de energia, da recuperação das sessões de exercício, da melhora da composição corporal e da maior resistência à fadiga periférica e central. Entre as categorias de recursos ergogênicos, o nutricional compreende a modulação da composição dietética e/ou uso de suplementação (SANTOS, 2019, pág. 2). O forte apelo do marketing populariza estes produtos, e leva milhares de atletas e praticantes de atividade física ao uso indevido, como quantidade ou tempo inapropriado. (SANTOS E NASCIMENTO, 2019). Ainda, observa-se uma diversidade na formação profissional dentre as pessoas que uso de suplementos nutricionais. Estudos recentes apontam que as principais fontes de prescrição seriam os treinadores e/ou educadores físicos, seguidos de vendedores de loja e amigos. Médicos e nutricionistas, que seriam os profissionais habilitados para tal indicação, não são as principais fontes de prescrição. (SANTOS E NASCIMENTO, 2019). Evidentemente acontece mudanças favoráveis na composição corporal e uma influência positiva em um desempenho esportivo de atletas após fazer uso de dieta calculada e uso de suplementação, onde é feito anamnese detectando hábitos alimentares e desejos de cada pessoa sendo feita o uso desses suplementos juntamente com a alimentação equilibrada. (PEQUENO, 2018) Um dos maiores desafios do nutricionista é fazer com que o paciente entenda que o mais importante do que o uso de qualquer suplemento é o ajuste de uma alimentação onde é bastante notório a origem de falhas na maneira de como essas pessoas se alimenta. (OLIVEIRA, 2013). 3 À vista disso o objetivo é pesquisar sobre suplementos proteicos a base do soro do leite que se associem na hipertrofia muscular, com base nesses estudos transparecer resultados destas que o uso de suplementação e uma alimentação saudável necessita andar lado a lado para obter mais resultados e o uso de suplementação sendo feita de forma adequada para não haver nenhum dano à saúde. A metodologia utilizada refere-se a uma pesquisa de revisão bibliográfica e para a realização deste estudo foram consultadas as bases de dados no Scielo, Google acadêmico, PubMed, analisados e selecionado entre os anos de 2007 a 2022. Foram considerados vários estudos relacionados a suplementação proteica a base do leite e hipertrofia muscular, preferencialmente nos idiomas em português e inglês, foram excluídos estudos que não relacionasse a outro tipo de suplemento e idioma não citado. Todo o estudo será de forma integrativa onde será proporcionado o conhecimento atual sobre uma temática que sintetiza os resultados obtidos, de maneira abrangente e ordenada trazendo assim uma conclusão sobre os seus resultados. Para a realização das buscas de informações, usamos alguns termos como palavras chaves, em português foram: suplementos proteicos, soro do leite, hipertrofia muscular, suplementação e hipertrofia, consumo de proteínas, suplementos alimentares. Em inglês foi utilizado as palavras chaves: protein supplement, supplement and hypertrophy, whey, protein and supplement. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. Suplementos alimentares e proteicos Desenvolvidos em forma farmacêutica indicado a suplementar pessoas com estado de saúde adequado destinando nutrientes para eles, e a RDC que é a resolução da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tem algumas exigências para isso, assim como obter rotulagem, regularização do produto, composições, aditivos alimentares e auxiliares tecnológicos autorizados nesses produtos. Há muitos suplementos que foram desenvolvidos direcionado para um público alvo, com esses desejos de desempenhos e estéticos, um dos alvos para esse requisito são os suplementos proteicos, mas sua finalidade é suprir nutrientes, substancias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento a alimentação. Neles podem haver alguns aditivos que possam auxiliar na composição de cada produto, como por exemplo amido que pode ser usado para ajudar na diluição do suplemento que não está autorizado uso de carboidratos. (ANVISA, 2022, 8°ed.) Há uma comercialização de suplementos que diferenciam suas concentrações de proteínas, temos exemplos com as proteínas derivadas do leite, como o whey concentrado onde são os com mais variedade no mercado por sua concentração não chegar a 90% de proteínas contendo em sua composição carboidratos, geralmente tem custo menor e mais saborosos, o whey isolado já deduz pelo nome, ele passa por um processo de filtração para ser isolado dos carboidratos e lipídios, deixando uma concentração acima de 90% de proteína, bom para quem tem intolerância à lactose, contém um custo benefício por ser um valor medial, e o whey hidrolisado contem enzimas que deixam as proteínas pré-digeridas para uma rápida absorção no organismo, obtendo uma concentração bem próxima de 100%, produto com um custo bem elevado e com sabor de difícil aceitação. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). 4 Existe outras classes de suplementos que são direcionados a pessoas com enfermidades, mas para ter uma melhor compreensão sobre esses suplementos, que são destinados para pacientes saudáveis, existem dentro das conformidades alguns limites máximos e mínimos de cada composto, que podem ser consumidos sem haver nenhum dano à saúde. Se há algum risco relacionado ao uso desses suplementos? Ter todo cuidado e atenção na escolha do suplemento, é essencial verificar se há evidencias de que ele não está irregular com algumas substâncias sintéticas ou extraídas de fontes não alimentar, algumas já foram avaliadas e não são permitidas por não ter pesquisas sobre a segurança desse ingrediente, por já obter informações de que causa danos à saúde ou que mesmo vindo de fonte alimentar ter sido extraído de forma que concentrem substâncias tóxicas (ANVISA, 2022, 8°ed.). A ANVISA criou a categoria de suplementos alimentares em 27 de julho de 2018, foi publicada com a RDC 243, contendo várias exigências os requisitos da RDC, com algumas atualizações das outras regras para os suplementos (ANVISA, 2022, 8°ed.). Existe uma grande associação entre atividade física e a nutrição, visto que quando o indivíduo se alimenta de forma correta o desempenho do organismo melhora, no entanto, a dificuldade de manter uma alimentação de forma correta e saudável e o desejo de obter resultados rápidos tem provocado um aumento do consumo de suplementos alimentares por praticantes de atividade física. É bem observado por haver bastante meios de pesquisas de fácil acesso, fica cada vez mais necessário o acompanhamento de profissionais que entendam e mostre os caminhos certos para as pessoas que buscam por essas informações não fazer uso de suplementos de forma inadequada, para não prejudicarem a saúde por falta disto. (SILVA; SOUZA, 2016). 2.2. Bases da hipertrofia muscular Os músculos são caracterizados por fibras musculares, onde são formadas por milhares de miofibrilas em paralelo, que em volta delas há um liquido intracelular que se chama sarcoplasma, são moléculas de cadeias proteicas chamadas actina e miosina que fazem a junção e se formam essas fibras responsáveis pelo encurtamento e comprimento das células musculares. Dentro da célula muscular além dessas moléculas encontra-se moléculas de glicogênio, Adenosina Trifosfato (ATP) e Fosfocreatina, algumas enzimas e glicose, o sarcômero que é a unidade funcional da célula muscular, o reticulo sarcoplasmático que é relacionado a contração muscular, todos importantes para a funcionalidade adequada da célula. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). De tal forma, para a hipertrofia muscular acontecer, existem vários fatores envolvidos que dependem da movimentação positiva da síntese e degradação proteica nas células, com a modificação dos músculos esqueléticos que acabam sendo devidos a algum manifesto extra celular que seja ele, físico, neural, hormonal ou fatores de crescimento, com o musculo recebendo estimulo ao qual não está adaptado consequentemente receberá micro lesões nas células em resposta a isso o corpo começará a aumentar certas substancias cicatrizantes responsáveis pelas 5 células satélites, acarretando ao reparo da miofibrilas maduras ou formando novas delas. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Esse processo se faz necessário para o funcionamento do organismo, um aumento das sínteses de proteínas, com essas formações e funcionalidade desse sistema vai gerar um aumento de volume do musculo. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Outro fator que contribui para a hipertrofia muscular é a ação das proteínas sobre a liberação de hormônios como a insulina, o que favorece a captação de aminoácidos para o interior da célula muscular, otimizando a síntese proteica. (BILSBOROUGH E MANN, 2008 apud ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Mas quando se fala de hipertrofia é de extrema importância frisar que o treino muscular quando é prescrito e executado de forma adequada, como resultado irá promover a produção desses vários estímulos, e os resultados serão obtidos juntamente com a ingestão dos nutrientes necessários para estes. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). 2.3. A relação da alimentação balanceada e a hipertrofia muscular. O primeiro registro ligando uma dieta rica em proteína à melhora do desempenho esportivo foi na Grécia, no séc. V a. C. Naquele período, as dietas eram abundantes em vegetais, leguminosas e cereais, havendo apenas um registro de dois atletas que melhoraram seu peso e força após alimentarem-se com carne. (Dunford, 2012 apud ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Não se pode negar que uma alimentação equilibrada com todos os nutrientes essenciais serão o maior álibi para uma hipertrofia muscular, normalmente é indicado que seja ingerida mais calorias do que se gasta para atingir esse objetivo, uma dieta balanceada com carboidratos, proteínas e gorduras boas que sejam suficientes para o processo de recuperação da fibra muscular, profissionais na área apontam que a alimentação para o ganho de massa muscular pode chegar consideravelmente em até 60% atendendo até mesmo resultados significativos para atletas de alto nível competitivo, mas ainda há uma falta de conhecimento das pessoas em geral. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Existe uma crença popular antiga entre os atletas de que proteína (PTN) adicional aumenta a força e melhora o desempenho, mas pesquisas não apoiam esta teoria e observa-se que a pequena quantidade de proteína necessária para o desenvolvimento muscular durante o treinamento é facilmente atingida por uma alimentação balanceada regular (MENON, 2012). Embora a proteína seja um dos melhores auxiliadores da hipertrofia acontece muitas funções diferentes durante e após os exercícios, que se faz necessário várias fontes de nutrientes. Durante o exercício físico o organismo tem um aumento de Proteína Quinase, para acontecer a fosforilação e a produção de ATP, consequentemente vai reduzir os níveis de sinalização do mTOR que é o responsável por regular a síntese de proteínas para o auxílio do crescimento muscular, mas para isso acontecer leva entre 3 à 48 horas após o exercício de força, é no período de descanso muscular que ele vai ser ativado e detectando a necessidade podendo 6 prolongar até duas semanas, e para tudo isso acontecer de forma adequada se faz necessário uma reposição de nutrientes para ativação da síntese proteica ser aumentados, sendo bastante importante por que esse trabalho depende da ação da insulina e da disponibilidade de aminoácidos presentes no plasma. O musculo exercitado vai em busca do glicogênio muscular se tiver disponível, mas se haver a glicose no plasma vai também se tornar a fonte de energia para o processo. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Geralmente a glicose utilizada para a geração de ATP é proveniente da quebra de glicogênio no tecido hepático, porém esta quantia é relativamente pequena. Sendo assim, há uma recomendação de ingestão de carboidratos para que não haja redução do glicogênio muscular e consequente perda no desempenho físico. Esta quantia varia de 50% até 70% do gasto energético total, dependendo da intensidade do esporte realizado (Dunford, 2012 apud ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Os lipídios também são bastante necessários para melhorar a capacidade de algumas fibras musculares que utilizam os ácidos graxos como fonte de carga, um longo período de ingestão de gordura vai gerar uma baixa produção de alguns hormônios, vitaminas lipossolúveis e ácidos graxos essenciais, para não acontecer dessa forma é recomendado que seja ingerido uma quantidade de gorduras boas de 20% a 35% na quantidade de calorias totais diárias. (ZAMBÃO, ROCCO e HEYDE, 2015). Algo que poderá impossibilitar a hipertrofia muscular, é o álcool e existe alguns relatos que ele pode fazer isso, em um estudo foi revisado que atrapalha no desempenho físico, e em outro estudo revelou que o consumo agudo de álcool não vai melhorar e sim reduzir a força e a potência do musculo em partes localizadas, trazendo assim uma redução dos benefícios das atividades físicas. (OLIVEIRA et al, 2014). Já se mostrou que o consumo crônico de álcool levou à atrofia das fibras musculares tipo II22, as quais são as mais utilizadas em atividades como a musculação. Assim, o resultado pretendido com o treinamento resistido pode ser comprometido com o consumo crônico de álcool. (OLIVEIRA et al, 2014). A atrofia das fibras musculares é uma diminuição ou aumento da degradação de proteínas nas vias onde ocorre as sínteses, com isso afetando o musculo, no momento que a fibra desse musculo é afetada a pessoa perde massa muscular e a força. O álcool por ser uma substancia tóxica, ele tem prioridade no metabolismo hepático alterando as outras vias metabólicas, principalmente trazendo a diminuição da oxidação lipídica, obtendo um balanço positivo de gorduras. (OLIVEIRA et al, 2014). De acordo com isto o resultado que pessoas que frequentam academias para ganho de massa muscular podem ser comprometidas com um consumo crônico de álcool, é bem verdade que esse consumo exagerado dessa substancia pode trazer muitos malefícios como doenças que poderão prejudicar todo o organismo em meio de absorção, metabolismo, ingestão e fazendo com que o corpo expulse vários nutrientes importantes para esse bom funcionamento. (OLIVEIRA et al, 2014). 7 Com tudo isso, é notório que a alimentação equilibrada com todos os macros nutrientes, evitando consumos de alimentos ou bebidas que interferem no processo, é o que faz a hipertrofia acontecer da melhor forma e trazer os resultados mais desejados e necessários pro organismo, a ingestão boa de carboidratos, lipídios e proteínas, não só proteínas dará o resultado da hipertrofia muscular, se faz bastante importante um acompanhamento com todos os cálculos específicos para cada indivíduo e distribuir de acordo com cada necessidade é o ideal. (RODRIGUES, 2017). 2.4. Estudos com suplementos proteicos na hipertrofia muscular Muitos estudos vistos relata a eficácia da hipertrofia muscular juntamente com suplementos proteicos, pois a maioria dos praticantes de atividade física sempre buscam por suplementação para ajudar tanto no desempenho dos treinos como no ganho de massa muscular. Embora uma boa suplementação seja algo essencial para atletas vale lembrar que se não for atrelada a uma alimentação adequada os resultados podem não ser os melhores (Dunford, 2012) É importante falar que a resposta metabólica proteica, em indivíduos previamente bem alimentados é bem diferente da resposta metabólica em indivíduos desnutridos ou que sofrem agressão patológica (Marchini e colaboradores, 1998). Para provar a eficácia de suplementos proteicos foram desenvolvidos estudos para vê qual a menor quantia de proteína do soro do leite para promover a hipertrofia. Witard e colaboradores (2014) estudaram a proteína isolada e seu estimulo da síntese de proteína. Segundo Witard e colaboradores (2014), observou que 20g de proteína isolada ingerida antes de realizar uma atividade física de resistência, teve elevação dos estímulos para a síntese de proteína miofibrilares. As pessoas avaliadas eram jovens voluntários e não treinados. Foram divididos em equipes e cada equipe tinha uma quantia em gramas de suplementação que era 0, 10, 20, e 40g de proteína isolada. Também ouve aumento da síntese proteica com a suplementação de 40g, porem consequentemente ouve um aumento na produção de ureia bem significante. Dessa maneira os autores determinaram que a melhor dose de proteína é a de 20g. Já Tipton e colaboradores (2007), buscaram algo mais avançado, eles analisaram a diferença entre o uso da suplementação antes e após o exercício físico. A conclusão foi indiferente. Foi usada a quantidade de 20g proteína. Os resultados foram através da biopsia do musculo condicionado ao exercício de força e também músculo em descanso com o tempo de 1 dia. As proteínas do soro do leite, podem ter em sua composição todos os aminoácidos essenciais necessários para uma recuperação do musculo e ocorrer a hipertrofia, em 100g de whey concentrado do soro do leite, que tem 20g de carboidratos, lipídios e outros nutrientes e 80g é de proteína (SOUZA,2018). O Whey protein tem excelente composição de aminoácidos essenciais e de BCAA por grama de isolado proteico: 4,9mg de alanina; 2,4mg de arginina; 3,8mg de asparagina; 10,7mg de ácido aspártico; 1,7mg de caseína; 3,4mg de glutamina; 15,4 de ácido 8 glutâmico; 1,7mg de glicina; 1,7 de histidina; 4,7mg de isoleucina; 11,8mg de leucina, 9,5mg de lisina; 3,1mg de metionina; 3,0mg de fenilalanina; 4,2mg de prolina; 3,9mg de serina; 4,6mg de treonina; 1,3mg de triptofano; 3,4mg de tirosina e 4,7mg de valina (HARAGUCHI et al., 2006 apud SOUZA, 2018). O whey além de todos esses aminoácidos a concentração de leucina é bastante relevante para auxiliar a via mTOR, que é um dos processos da hipertrofia no musculo e o BCAA que é bastante importante para a síntese proteica com grande estimulo nesse processo (SOUZA,2018). Com um grande potencial na massa muscular, estudos indicam que o whey é uma grande ferramenta para o controle na saúde de pessoas idosas onde é normal acontecer uma diminuição da massa muscular, a proteína em junção com os exercícios resistidos melhorando a resposta metabólica do idoso, e também há bastante casos também de quem tem hipertensão o uso do suplemento na alimentação pode ajudar a reduzir pressão sanguínea, ajuda a reduzir também o colesterol total e triglicerídeos. Com isso ajudando não só na hipertrofia muscular de jovens que buscam a estética como para idosos que precisam melhorar e ajudar no organismo com um funcionamento adequado (SOUZA,2018). Em um estudo feito por Soares et al (2021), foram avaliados 9 suplementos de marcas diferentes que oferecem a proteína a base do soro do leite de forma hidrolisada, onde é bastante procurada por sua característica funcional de rápida absorção aumentando a concentração de aminoácidos nas células musculares que proporciona a hipertrofia muscular. De acordo com a RDC n°360 de 23 de dezembro de 2003 que delimita uma compreensão de os valores informados nos rótulos sejam aproximadamente 20% a mais ou a menos, e destes 9 suplementos avaliados notaram que seis tipos dessas marcas apresentam os tipos de whey protein que são os isolados, concentrados e hidrolisados em várias proporções, trazendo assim um custo maior por prometer apenas o hidrolisado com suas características especificas e lesando os consumidores. Outra marca composta por apenas whey isolado e outras duas com a característica dita com o whey hidrolisado (Soares et al, 2021). Diante deste estudo, das nove marcas avaliadas, nelas foram feitas as conclusões de que em todas houve não conformidade de acordo com alguns critérios da RDC, em relação a proteína hidrolisada apenas duas seguiram com o real grau proteico hidrolisado informado (Soares et al, 2021). Em outros estudos com Farnifield e colaboradores (2009) e Atherton e colaboradores (2010), Fizeram a análise da proteína do soro do leite e a ativação da cascata de sinalização mTOR . Foi feita a avaliação com jovens adultos, que fazem exercícios controlados de resistência. Após a adaptação de proteína do soro, foi realizada a biopsia do musculo exercitado para encontrar o resultado. A suplementação de aminoácidos foi suficiente para ocorrer o aumento da sinalização da cascata mTOR . Farnifield e colaboradores (2009), o número de aminoácidos oferecido foi de 26,6g sendo que de 6,6g era aminoácidos de cadeia ramificada. Já Atherton e colaboradores (2010) em contra partida ofereceu 48g de proteína do soro do leite concentrada. 9 Weisgarber, Candow e Vogt (2012), analisaram os efeitos da suplementação da proteína do soro do leite isolada antes e durante a realização de exercício de resistência. Foi avaliado um grupo de jovens adultos não treinados. A primeira dose de proteína foi de 0,3g/kg de peso, oque equivale a cerca de 26g de proteína e 0,006g/kg de peso a cada seção de exercício oque era um total de 6 a 10 repetições, isso no grupo (n=9). Já no grupo placebo (n=8) ouve a administração de 0,2g de maltodextrina e 0,1g de sucralose por unidade de peso. Para os resultados foi utilizado o Dual-energy X-ray absorptiometry (DEXA). Foram cerca de oito semanas de experimento, sendo realizado exercício e suplementação durante quatro dias na semana. Ouve um aumento em ambos os grupos oque leva a analisar que a ingestão de proteína antes e durante não aumentou a síntese muscular. Weisgarber, Candow e Vogt (2012). REFERENCIA OBJETIVO METODOLOGIA RESULTADO Segundo Witard e colaboradores (2014) Eficácia de suplementação proteica isolada. Jovens voluntários e não treinados, foram divididos em grupos cada um tinha doses de 0,10,20 e 40g de proteína isolada. Melhor dose de proteína isolada é 20g Tipton e colaboradores (2007) Diferença entre o Uso da proteína antes ou depois do treino. Usado 20g de proteína, analisado através da biópsia do musculo condicionado e em descanso. Indiferente SOUZA (2018) Analise de Whey protein a base do soro do leite Revisão de estudos e seus benefícios da proteína a base do soro do leite. Quando se trate de um suplemento com quantidades corretas há benefícios até mesmo para ganho de massa para idosos. Soares et al (2021) Analise de suplemento hidrolisado e sua eficácia Coleta de amostras de 9 marcas de suplementos, avaliadas da forma do método de Kjeldahl analisando o teor de proteínas através do fator de conversão de nitrogênio. Apenas 2 dos suplementos obtiveram o resultado da quantidade e confirmação do grau de hidrolise informado. 10 Farnifield e colaboradores (2009) e Atherton e colaboradores (2010) Analise de proteína do soro do leite e ativação da cascata mTOR Jovens adultos, praticantes de exercício controlado de resistência. Analisado através de biopsia do musculo exercitado. Os aminoácidos suplementados foram suficientes para gerar aumento da sinalização da cascata de mTOR Weisgarber, Candow e Vogt, (2012) Analise da proteína do soro do leite isolada antes e depois do exercício de resistência. Jovens adultos não treinados, foi dividido em dois grupos. O método de avaliação foi o Dual-energy X- ray absorptiometry (DEXA). Após oito semanas, suplementando durante 4 dias da semana e realizando exercício. Ocorreu o aumento em ambos os grupos oque leva a evidencia que a ingestão de proteína antes ou depois não aumentou a síntese muscular. 2.5 A importância do acompanhamento do nutricionista na escolha de um suplemento proteico junto com uma boa alimentação para cada indivíduo. Atualmente o consumo de suplementos alimentares está cada vez maior, e bem mais fáceis de serem consumidos e adquiridos por qualquer pessoa e isso leva a buscar por informações sobre: “qual o melhor? como consumir?”, e muitas vezes acaba pegando informações erradas seja elas na internet ou por pessoas não habilitadas. Com o avanço dos meios de comunicação, podemos ver a divulgação de empresas e influencer ou até mesmo profissionais de educação física, abordando assuntos que não são de sua alçada, e o pior de tudo que muitas das vezes não condiz com a verdade e acaba prejudicando pessoas leigas, ou que não querem pagar por um acompanhamento nutricional (Almeida, Weffort, 2011) Moreira e Rodrigues (2014), afirmam que a orientação dietética individualizada por nutricionistas é de fundamental importância, para proporcionar aos esportistas o consumo de refeições adequadas e equilibradas, somando-se à prática de exercícios físicos orientados e regulares, pois tais ações possam levar a resultados satisfatórios sob vários aspectos. Levando em conta também o número de pessoas que procura dietas no google ou que compartilha a mesma com amigos ou pessoas próximas. Esquecendo de levar em consideração a individualidade de cada indivíduo, ou até mesmo os riscos à saúde que pode levar. Além do mais dietas da internet muitas vezes podem ser bem restritivas o que pode acabar até mesmo deixando uma certa frustação nas pessoas por não conseguirem fazer e acabarem até tendo o efeito contrário e acabarem engordando e não emagrecendo ou ganhando massa muscular e isso acaba 11 afastando as pessoas ainda mais do nutricionista, por achar que ter um acompanhamento é: “caro, perca de tempo, dieta é passar fome” (Nogueira, Souza, Brito, 2013). Estudos recentes vêm mostrando que futuramente o uso excessivo e sem acompanhamento de um profissional habilitado, pode vir a causar sérios danos à saúde dos consumidores, uma delas, que é a mais questionada, são os danos renais (Nogueira, Souza, Brito, 2013). A importância do nutricionista na escolha de suplementação e alimentação adequada é fundamental, pois com o acompanhamento o paciente vai ter uma alimentação e orientação sobre o uso de suplementação respeitando todas suas individualidades e principalmente seus objetivos, o que leva a resultados com um período menor e sem precisar de muitas restrições ou de usar milhares de suplementos, o que muitas pessoas não vê é que muitas vezes um acompanhamento acaba tendo um custo benefício menor do que ficar apenas na academia testando todo mês milhares de suplementos recomendados por terceiros (Alves, Lima, 2009). 2.6 Discussão Através de todos os estudos foi observado que a suplementação de proteína chama bastante atenção dos praticantes de atividade física. Além da sua perfeita composição por conter aminoácidos que é o fator determinante para o estimulo da síntese proteica, quando relacionado ao exercício, levando em conta também a sua taxa de leucina, e sua praticidade por ser consumido em qualquer horário do dia. Oque atrelado a uma alimentação pode trazer ainda mais resultados. Foi possível observar através dos estudos que todos eles tiveram uma mudança na alimentação dos envolvidos, antes mesmo da introdução da suplementação proteica. Levando em conta que de certa forma a necessidade nutricionais foi suprida com a alimentação, ou seja, isso pode ter influenciado positivamente na hipertrofia muscular. Pois para que a síntese proteica ocorra é necessário que o organismo esteja em equilíbrio nutricional relacionado ao exercício. Diante esses estudos, foi analisado que o uso da proteína tanto pela suplementação como pela alimentação deve ser distribuído durante o dia nas proporções corretas não havendo um super dosagem de proteína, onde consequentemente vai ocorrer uma excreção através da urina desses aminoácidos. Dessa forma a hipertrofia pode sim estar ligada a alimentação e não apenas ao uso da proteína ou no exagero dela em determinados momentos. De acordo com os estudos a melhor dosagem de proteína ficou entre 20g a 40g. Entretanto ouve aumento da síntese proteica com a suplementação de 40g, porem consequentemente ouve um aumento na produção de ureia bem significante. Dessa maneira os autores determinaram que a melhor dose de proteína é a de 20g. 3. Considerações finais Foi possível analisar que o consumo de suplemento vem aumentando cada vez mais entre os praticantes de musculação, e que as indicações para o uso vêm de pessoas não habilitadas, que acham que apenas o suplemento faz milagres. 12 Porém, de acordo com todos os estudos encontrados, foi concluído que, a proteína do soro do leite associada ao exercício físico e a uma alimentação adequada e distribuída corretamente no decorrer do dia, é sim eficiente para hipertrofiar. Porém é muito importante destacar que a sua eficácia depende de uma dieta individualizada. REFERÊNCIAS Marchini, J. S. Métodos atuais de investigação do metabolismo protéico: aspectos básicos e estudos experimentais e clínicos. Simpósio: Nutrição Clínica. Vol. 31. 1998. p. 22-30. MENON, Daiane SANTOS, JS D. 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